terça-feira, 21 de agosto de 2012

Meu Adorável Fiasco


Quando em 2009 o filme "Meu Adorável Treinador", um filme B de temática adolescente foi realizado algo acontecia no Brasil no cenário musical. Bandas alternativas passaram a ocupar espaço maior na mídia. Um exemplo? Cansei de Ser Sexy, ou simplesmente CSS, como era chamada pelos fãs. Com uma sonoridade eletro e letras geralmente em inglês, a banda conquistou seu espaço entre os clubbers e até no cenário internacional sua sonoridade foi percebida. Lovefoxxx, como a sua vocalista chegou a ocupar alguns anos antes até o cargo de apresentadora de um programa musical nas madrugadas do SBT, o extinto MusicBox.

Não, não era daquele ano o início dos trabalhos da banda. Na verdade, o CSS foi formado em 2003, mas apenas em 2009 sua notoriedade atravessou oceanos e chegou a mídia mundial alcançando charts na Europa e jogos eletrônicos como por exemplo o grandioso FIFA 09, onde um de seus singles foi incluído. Na cola do CSS, tantas outras bandas e músicas ganharam a rede, entre elas o Bonde do Rolê com sua maliciosa "Solta o Frango". A banda com seu som funk e seu visual meio "Deelight" em seu "Groove is in the heart" -mas ainda mais nonsense- foi uma dessas que pegou carona no sucesso dos colegas.
Fato esse pode ser notado no filme acima numa cena de treinamento, em que diversos adolescentes sedentos por mudanças correm em um campo de futebol. Com um som ágil, animado e que dá todo um complemento à cena, a música deve ter funcionado bem nos cinemas e nos lares estrangeiros. Porém, no Brasil a coisa é diferente. Eis a parte da letra que é apresentada durante a cena:


"(...)A gente somos linda
A gente somo inteligente
Antes de dar o edí
Eu jurava que era crente
Alegria da moçada, da perua a favelada
Nosso som é fantasia pra mamãe, vovó, titia

Rolê, rolê, rolê
Solta o frango e vem com a gente (...)"

Imagina uma cena de treinamento com um funk em que a vocalista fala que deu seu "edi". Você sabe o que é "edi"? Se não Google it. Se sim, de risadas e se imagine a cena do treinanento com crianças correndo ao som dessa letra.
É parece que nesse filme de futebol foram dois frangos. A qualidade questionável do filme, que foi de longe um gol do diretor contra si mesmo e claro o da tentativa de se conhecer a tradução de uma música que não é de seu idioma antes de inseri-la em uma obra dirigida ao público adolescente.
Porém vejamos algo bom nisso tudo. O que seria desse filme, não fosse essa possibilidade de discussão? Sei lá! Solta o Frango, e vem com a gente!






domingo, 1 de abril de 2012

Mais Freak; Menos Show

Não é necessário esperar mais de uma edição do programa Pânico em sua nova temporada, que agora é parte da grade da Band, para entender que tudo continua sendo simplesmente mais do mesmo em um canal diferente. Mesma equipe, com exceção de alguams inclusões e mesma tentativa de despretensão e naturalidade estiveram presentes durante todo o programa que simplesmente mostrou antigas atrações em uma nova emissora.
Sentimento de expectativa de mudança frustrado
Se por um lado, a falta de novidades mostra uma preocupação com a mudança que já parecia muito grande devido á mudança de canal, a mesmice e a falta de novidades nesse "Fantástico" das futilidades mostrou que a turma de Emílio já não tem mais o fôlego do início.
Com matérias que variaram entre mostrar um dos homens mais peludos do mundo até a costumeira cobertura do festival Spring Break, realizado em Cancún no México, duas horas e meia de duração pareceram uma eternidade. Apenas mais um sinal do desgaste natural da atração que ainda continua com sua edição radiofônica.
Para se ter ideia do marasmo do novo Pânico, a maior surpresa guardada para o final e garantir o alavancamento da audiência, foi a face das novas Panicats, guardado à sete chaves, mostrando que a opção por mulheres com corpo mais definido e malhado prevalece, embora o diretor Allan Rapp tenha dito que havia mudado seu conceito de mulher ideal. Mas, o que esperar de um programa em que o maior chamariz são as curvas de suas assistentes de palco?
O s convidados especiais e novos personagens também não convenceram. Val Marchiori, que já foi usada a exaustão e outras atrações, da casa ou não, foi uma das mestres de cerimônia. Quanto aos novos personagens, imitações de ex-BBB's e de celebridades da casa, como por exemplo, Bóris Casoy e Otávio Mesquita (o primeiro uma tentativa de sucesso como Jô Suado), precisam urgentemente de um ajuste, ou logo se tornarão obsoletos dentro do programa.
Talvez, ao final o hiato do Pânico tenha servido ao menos para uma coisa; se não para melhorar a qualidade, que já era questionável, mostrar que não faz falta alguma na vida da televisão.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Cada um tem o filme que merece

Quando um filme é lançado, logo críticas de todas as espécies começam a pipocar pela rede e claro por revistas especializadas. Sempre, é claro, há filmes que são campeões no quesito críticas por dois motivos. Primeiro pela busca do público por informações se o filme de seu interesse, o que gera uma grande quantidade de textos relacionados a determinada obra. Segundo, pelo simpes fato de todos os críticos continuarem sua missão de seres mais inteligentes de do Universo, pois sim, há alguém que saiba mais do que um crítico de arte?
Vejamos um exemplo recente de um filme que não foi tão bem recebido pela crítica americana e até mesmo pelo público, tendo em vista a arrecadação de um filme com Adam Sandler num papel de destaque: "Cada um tem a gêmea que merece" (Jack and Jill, 2011). Dirigido por Dennis Dugan, constante parceiro de Sandler em outras produções -como por exemplo no sucesso "Esposa de Mentirinha"- o filme tem sido avacalhado das piores formas possíveis em todos os sites especializados, dizendo que este é apenas mais um fiasco do ator.

Termos como, "comédia nonsense", e "situações improváveis" não serão difíceis de se enconntrar em qualquer rápida leitura em alguma resenha do filme. Porém, a pergunta que fica é: o que se espera encontrar em um filme em que um homem se traveste como mulher para interpretar sua própria irmã gêmea? Credibilidade?

Claro, não se pode falar que o filme tenha um sentido pleno, e tampouco pretenda passar algum tipo de mensagem que deva ser entendida, embora por vezes sempre haja o drama familiar envolvido e lições da importância do respeito. Mas algo pode ser tirado e deve ser levado em conta desse tipo de filme. Trata-se de uma comédia, sem pretensão alguma feita simplesmente para rir. Se procura uma comédia, ou um filme que lhe faça rir com algo que de certa maneira faça sentido, passe longe de filmes desse estilo, ou no mínimo, tenha consideração ao criticar sem citar grandes filmes ou mesteres da comédia. Seja ao menos você então, realista. O pior de tudo talvez, seja o exagero quando se trata das piadas. Tudo vira preconceito numa extensa retaliação, que se torna mais escatológica dos que as piadas criticadas.
Sejamos realistas: o que fica ao final, é que cada um tem o filme que merece, não é? Assistir a um filme de Adam Sandler e esperar algo genial ou cheio de sentido, é no mínimo um atraso e uma falta de noção muito maior do que de qualquer membro da equipe de produção do longa. É ser o Sandler, tão criticado, na plateia  pagando por ter feito as escolhas erradas.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A fim de rolar uma escada, bebê?

Quando estreou em agosto do ano passado, "Fina Estampa" conseguiu um feito que parecia já esquecido quanto à teledramaturgia da Globo: começar uma nova trama com mais de 40 pontos de audiência e agradar público e crítica simultaneamente. 
Com uma história simples e cheias de clichês de uma mãe simples que criava com o suor de seu trabalho seus filhos com uma profissão nada convencional, a novela chegou a ter seus bons momentos - do ponto de vista de uma novela - no início, quando a sofrida Griselda, personagem de Lília Cabral passou por grandes conflitos com seu filho mais ambicioso graças à sua condição de mulher pobre. Com cenas regadas à lágrimas e muito clichê latino, a personagem convenceu a classe para a qual foi construída, a C, e caiu nas graças do povo.
E aí, bebê?
Porém, como não poderia ser novidade, Aguinaldo Silva, já conhecido pelas bizarrices e pelo escracho duvidosos em seus folhetins, mais uma vez perdeu a mão, e adivinha só, foi seduzido por aquela que deveria fugir: a vilã.
Tereza Christina, personagem pela qual responde a também famosa Christiane Torloni, como não poderia deixar de ser, caiu nas graças do povo. Mas o problema maior, foi a personagem também ter caído nas graças do autor que parece ter perdido totalmente a noção da história de vitória que pretendia contar com sua protagonista, passando a relatar apenas as malfeitorias da socialite que mata pelo menos um personagem por capítulo.
Tal feito até poderia ser considerado se visto pelo ângulo do alavancamento a audiência que já era boa, com a utilização da personagem que tornou-se de certa forma, querida pelo público. Porém, não é difícil encontrar foruns de discussão na internet, que critique o caminho tomado pela trama, que já não possui mais identidade e muito menos ligação com os conflitos iniciais, que se tratavam muito mais de ética e superação do que das vilanias da megera.
Outro personagem que ganhou bastante destaque foi o mordomo da vilã, vivido por Marcelo Serrado. o personagem com o nome de Crô também ganhou o público, mas o excesso de exposição para um personagem que não é protagonista também já deu sinais de cansaço. Cansaço esse também vivido pelo autor que já disparou aos quatro ventos que já se cansou do tratamento recebido pela Globo, e que está aberto a negociações.
Com seus últimos capítulos sendo escritos, "Fina Estampa" não pode nem mesmo ser comparada a "América", de Glória Perez exibida em 2005. Na época a novela passou por mudança de diretor e uma reformulação total, e até mesmo a protagonista passou a ser diferente, mas nem isso atrapalhou o desempenho na audiência da novela que foi considerada um sucesso. Ainda que "Fina" não tenha passado por nenhuma reformulação do tipo, os caminhos dos personagens parecem ter perdido totalmente suas intenções iniciais.
Aina assim, a trama segue bem na audiência, e é assunto nos programas e revistas femininos e pelo menos a trama conseguiu fazer com que um bordão dito num momento de embriaguez pela atriz Christiane Torloni fosse eternizado. Afinal, quem não se lembra do "Hoje é dia de rock, Bebê!"


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

L'aventurier

Conhecido no mundo inteiro graças a fama de aventureiro e por sua incessante busca pela verdade, Tintim, o intrépido jornalista criado por Hergé e publicado desde o longínquo ano de 1929 ganhou um longa metragem nos cinemas. O que isso significa? Que há muito tempo o cinema esperava por uma aventura com esse herói tão pequeno em tamanho e grande em caráter e conteúdo.
Sempre acompanhado por seu fiel companheiro Milú, um pequeno cãozinho branco da raça fox-terrier, Tintim tem uma dura missão pela frente em seu primeiro longa: descobrir o segredo que um modelo de navio esconde e porque tantos o desejam. Com um ar de filme de sessão da tarde, misturado com um saudosismo e um culto aos filmes de aventura, o filme em seu espetacular 3D ostra com competência toda a versatilidade e doçura do herói, que chega a ser um ser humano impossível, tamanha sua pureza e inoccência.
Assim como a série animada que fez a alegria de milhares de crianças na década de 1990 na TV Cultura e suas noites de programação infantil, o filme não deixou nada a desejar quanto à caracterização do repórter francês. Com suas típicas roupas quase infantis e seu corpo frágil, o personagem que foi muito ajudado com a dublagem nacional original da série animada é pura emoção com suas expressões faciais quase perfeitas. Suas frases de espanto, como a célebre expressão "Papagaio Louro", quando encontra algo que lhe foge da normalidade, dão um ar ao personagem -e ao filme - de que foi algo realmente criado há muito tempo, onda a linguagem ainda não era tão deturpada.
Quanto aos demais personagens, não há o que falar: tanto a caracterização quanto os traços da personalidade tudo foi reproduzido da melhor forma possível. Da dureza e falta e sobriedade de Hadock, a ingenuidade e falta de perspicácia dos policiais gêmeos Dupont e Dupond tudo está ali.
O filme também já ganhou uma adaptação para os consoles Nintendo 3DS, XBOX 360 e PS3, além dos PC's, porém a investida não foi tão elogiada quanto a da telona: a falta de cuidado nos gráficos e o caráter infantil do jogo claramente deixaram a desejar, e os preços no mercado nacional como sempre deixaram o personagem ainda mais longe de nossa realidade. Não se encontra o jogo por menos de R$149 em sites e lojas espacializadas. ao menos o game é traduzido para o português brasileiro
Embora não tenha feito sucesso na América do Norte como no resto do mundo, o filme já tem praticamente uma sequência garantida. Sucesso na Europa, onde nasceu e cresceu Tintim ainda promete muitas aventuras na tela grande.
Imperdível para fãs e para futuros fãs Tintim é muito mais do que um filme que lembra Indiana Jones; é a história daquele que ensinou à todos os aventureiros como se fazia uma aventura de verdade.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Os Meninos Cresceram?

Alvin e os Esquilos filme de 2008 e sua sequência de 2009 não são filmes feitos para adultos e tampouco, pensados para que haja momentos em que os adultos sintam-se mais a vontade. Ao contrário dos filmes da Pixar, que em diversos momentos há lições de vida para que os pais presentes na projeção também reflitam, nunca foi a intenção de Alvin e os Esquilos agradar aos grandões.
Os roedores em cena conjunta de "Alvin e os Esquilos 3"
Já em sua terceira parte, que está longe do fenômeno de bilheteria iniciado há quatro anos, lá estão a trupe de esquilos (ainda acompanhada de suas novas irmãs conseguidas no segundo filme), com as mesas vozes irritantes,  suas carinhas fofas e uma comédia tão apurada quanto a de Didi em seu programa dominical. Se os "meninos" cresceram? Talvez só os telespectadores da primeira parte.
Porém embora a fórmula que vise muito mais a criançada esteja lá, nota-se uma preocupação maior com a escolha das músicas de acordo com os acontecimentos. Por exemplo, enquanto as pequenas criaturas estão perdidas em uma ilha deserta, as Esquiletes com toda a sua afinação, cantam um grande sucesso do grupo Destiny's Child chamado "Survivor", que remete até mesmo ao clipe de 2000 que foi sucesso no mundo todo e remetia ao tão famoso programa de mesmo nome que explorava as aptidões físicas ( o nosso "No Limite").
Em outra cena, uma outra esquilinha canta o sucesso de Rihanna de 2005 S.O.S., que contava com samples de "Tainted Love" do grupo Softcell. Tudo a ver com o momento.
Mas aí vem a inevitável pergunta: num filme cheio de músicas famosas que não podem ser dubladas ou traduzidas por se tratarem de sucessos de cantores e não composições originais para o filme, e infantil demais para ser legendado em momentos musicais, qual o significado da música de um filme em que a música se trata da metade da linguagem necessária para a compreensão ou pelo menos do aproveitamento total da história? Bom parece que ninguém ainda pensou sobre isso.
A pergunta que não quer calar: ale a pena ver o filme? Depende; não se você o assistir como um adulto.
Mas independente de as crianças e até mesmo alguns adultos não entenderem as referências musicais inseridas no longa, o fato é apenas um: mesmo não sendo um sucesso absoluto, o filme estreou em terceiro lugar nos EUA, e isso para um filme que está na terceira parte e é voltado para o público infantil isso é mais do que um sucesso. Prepare-se para ouvir muito mais vezes essas vozinhas- nem que seja apenas no trailer.


domingo, 8 de janeiro de 2012

Zombando de Edir

Depois de um final de ano polêmico, em que Edir Macedo causou polêmica ao afirmar de forma irônica em seu blog, que uma jornalista da Record havia morrido em um acidente  por conta de seu afastamento como obreira na Igreja Universal, a emissora do bispo já começou o ano com o "pé direito". Mas antes, vamos ao vídeo.




Em uma de suas já famosas transmissões onde há o engradecimento de seus resultados obtidos durante o ano -algo já costumeiro dentro da programação de início de ano- o Domingo Espetacular não poupou os telespectadores dos grandes feitos do canal em 2011. O crescimento da audiência em relação à concorrente número um, ou seja, a Globo foram faladas com uma veemência tão característica quanto a da rival ao falar da proximidade do público com o canal da "Plim Plim", que sempre coloca o telespectador em um ponto fundamental no crescimento e existência do reino global.

Se por um lado a record tem seus motivos para orgulhar, afinal seu crescimento é realmente notável, o canal parece ter aprendido bem com a rival como se engradecer sem mostrar as falhas e nem mesmo sequer admitir que elas existiram. Ao falar da transmissão do Pan de Guadalajara por exemplo, a matéria não citou os problemas e os contratempos ocorridos e tampouco rebateu críticas existentes quanto a isso. Aliás, para o narrador, as críticas pareceram jamais existir.
Mas claro, não foi apenas ao Pan que a Record se referiu. A matéria falou sobre o fenômeno Rebelde e do fato de Gugu ter dominado a liderança na audiência em 11 de dezembro do ano passado por todo a extensão de seu programa. Com certeza, tais fatos são merecedores de comemoração para a equipe. Porém infelizmente assistimos a mais um império da comunicação que cresce dia após dia e imita aquela que é a mais criticada de todas as emissoras do país, e dona de um documentário -que muitos chamam de "proibido"- chamada "Muito Além do Cidadão Kane". Mostrando o poder político e de hegemonia da emissora de Roberto Marinho, o documentário que pode ser facilmente encontrado na internet é no mínimo um abre-olhos não apenas para os leigos, mas para os interessados em comunicação.
Ainda que tenha muito o que comemorar com seu crescimento, ainda há muito a ser feito pela emissora do bispo, afinal embora ganhe na capital paulista, é fato que no restante do país a Globo ainda é campeã absoluta.
E agora, vamos torcer para a Globo pereder para termos mais documentário "proibido"?